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Atum vermelho em risco de extinção, dizem cientistas

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/08/2005

O atum vermelho, um dos peixes de maior valor comercial, está em um sério risco de extinção devido às práticas agressivas de pesca no Atlântico, segundo um estudo científico publicado na revista britânica "Nature".

Foi essa a conclusão de um grupo de especialistas da Califórnia (EUA) depois de acompanhar durante oito anos 772 atuns em sua viagem de milhares de quilômetros pelo oceano Atlântico.

Cientistas da Universidade de Stanford e do Aquário de Monterrey colocaram identificações eletrônicas nesses 772 atuns e acompanharam seu deslocamento no oceano de 1996 a 2004.

"Conseguimos que esta espécie majestosa esteja à beira da extinção ecológica no oceano Atlântico ocidental", disse a professora Barbara Block, da Universidade de Stanford, que coordenou o estudo.

O atum vermelho ou de barbatana azul (Thunnus thynnus) é o maior dos atuns e também um dos pescados de maiores espinhas do mundo, pois pode chegar a medir três metros e pesar 700 quilos. Trata-se de um dos peixes com maior valor comercial. No Japão, um dos países que mais o consome, um bom exemplar pode custar 75.000 euros (cerca de 100.000 dólares).

As práticas de pesca agressivas puseram em risco sua existência.
As fazendas de engorda para as que são levados os exemplares capturados no mar também, denunciam várias organizações ecologistas.

De acordo com a "Nature", as identificações eletrônicas permitiram aos cientistas seguir a migração das atuns, assim como saber em que profundidade mergulham (até 300 metros) e a temperatura de seu corpo e das águas onde vivem.

Os especialistas californianos concluíram que há duas espécies distintas de atum, a maior delas vive ao oeste do Atlântico, principalmente no Golfo do México, e a outra na parte este desse oceano.

Os cientistas garantem que ambas as espécies se misturam freqüentemente, ao contrário do que a CICAA - Comissão para a Conservação da Atum do Atlântico opina. A CICAA estabeleceu cotas distintas para cada uma delas em seu hábitat natural.

O estudo da "Nature" afirma que às vezes alguns exemplares se confundem e muitos atuns da região ocidental, os que estão mais em risco devido a sua maior demanda comercial, são pescados dentro da cota da área leste, pondo em risco sua sobrevivência.

"Achamos que chegou o momento de a CICAA reconhecer o fato de que ocorre uma mistura espacial e temporária das duas povoações de atuns, tanto no oeste como no leste do Atlântico", assinalou a professora Block.


Fonte: Agência Efe